2 de abril de 2010

postheadericon Saudades e Sussuros

A saudade é clara, como um céu de ficar olhando a tarde toda, resgatando momentos. Em uma tentativa de prolongar laços solúveis em tempo, eu reduzia o espaço em fios de vida falsa, como se um telefonema ou uma mensagem pudessem devolver o prazer de um olhar que me arranca até o orgulho.
São as pessoas-provas da união e do amor que me arrancam o que nem eu tiro de mim.
A saudade não morre em cartas ou vozes, e às vezes nem o encontro é fatal. A saudade espera a entrega de si e a absorção do outro.
Sussuro minha saudade quando estou sozinha, para ninguém mais ouví-la. Me pergunto se devo declará-la, com medo de que um ego-imposto tome a clareza da minha saudade, ou de que talvez nesse país haja um produto similar e mais em conta.
Hoje, reduzi o espaço nos céus, enquanto vivia um pouco do meu passado. Lembrei de seus sorrisos sinceros, e vi que mesmo se o ego cobrar imposto e você achar outro produto, ainda sobra um pouco de sorriso e olhar para mim.
Te trouxe aqui, para poder perder o orgulho e escolher correr o risco de te sussurar minha saudade, que continua viva, clara, e forte.



4 comentários:

Sara Lecter disse...

Nossa.

Bom isso de pegar escritos velhos e serem eles tão ou mais válidos hoje do que eram ontem.

Linda maneira de se expressar. E adorei os trocadilhos. Expressões que você sempre usa... "nesse país" --> adoro!

Ficou um gosto amargo na boca, no final (sim, juro). O que significa que mais uma vez eu fui tragada pelas suas emoções, através do modo como você as coloca em palavras.

Incrível.

Carol

Anônimo disse...

Ahhhhhhhhhhh q linda!!!!!!
eu vi essa foto na camera ainda!!
ahhh, nem preciso comentar sobre o texto, vc escreve super bem petza!!!
Um bjoooo =)

Ivna Mei disse...

Nem eu tinha percebido que sempre uso essa expressão, e é verdade!
Só a saudade para nos fazer sorrir amargo, mesmo. E só nos, falantes do português, temos o privilégio de ter esse sentimento no dicionário, pois saudade é uma das palavras exclusivas da nossa língua e não possui tradução. Como também não dá para traduzir como certas pessoas chegam sem aviso e nos incomodam tanto, né, Carolzinha? Incrível mesmo, é esse trago mútuo de entendimento e identificação.
Pazza, que bom que passou por aqui! Lembro que você amou o olhão da foto, lindo, não?
Obrigada querida, o beijo você ganha daqui a pouco, junto com o abraço, e ainda com uma xícara de café.

Anônimo disse...

Eu estava passeando pelo invisivel e nem reparei que quando te li, vi! tu havias dito o que eu estava fugindo de dizer... de nada adiantou estar distraida... o rasgo tá feito dentro do meu peito.

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